MOSCOU - "A Rússia não apoia o presidente da Síria, Bashar
Assad, e nenhum outro líder sírio", declarou nesta sexta-feira, 6, o
vice-ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Riabkov, à
secretária de Estado americana, Hillary Clinton, que, por sua vez, teria
acusado o Kremlin de sustentar o regime de Damasco.

Jacques Demarthon/AFP
Reunião 'Amigos da Síria' ocorre em Paris
"Rejeitamos categoricamente a colocação de que Rússia apoia
o presidente Bashar Assad diante da situação criada na Síria. A questão
não está no apoio de figuras políticas concretas, mas em colocar sobre
uma base política normal os processos para resolver essa crise", afirmou
Riabkov à agência "Interfax".
Horas antes, a chefe da diplomacia dos Estados Unidos disse
na conferência ministerial dos chamados "Amigos da Síria", que está
sendo realizada em Paris, que "o regime (de Assad) se mantém flutuando
com dinheiro do Irã, apoio da Rússia e falha do resto dos países na hora
de aplicar as sanções".
"Não podemos conseguir que nossos parceiros entendam
algumas coisas elementares. O ocidente continua operando dentro da
lógica de 'os nossos e os outros'. Parecia que essa terminologia tinha
ficado no passado. E se os atuais políticos seguem com este raciocínio é
porque seus pensamentos ficaram lá", respondeu o vice-ministro russo à
Hillary Clinton. Segundo Riabkov, a Rússia "não apoia políticos
concretos na Síria, mas realiza um trabalho que acreditamos que possa
ajudar a estabelecer o diálogo necessário entre o governo e a oposição
síria.
Em Paris, Hillary considerou "intolerável" o fato de a
Rússia e a China continuarem bloqueando os avanços da comunidade
internacional para mudar a situação na Síria e, por isso, exigiu que os
países "paguem um preço" pelo apoio ao presidente Assad. "Não acho que
pensem que estão pagando um preço por estar ao seu lado. A única maneira
de mudar a situação é fazer com que todas as nações aqui presentes
deixem claro que esse apoio sairá caro", indicou a secretária de Estado
dos EUA.
Apesar da ausência da China e da Rússia, centenas de países
encontram-se reunidos em Paris para lançar uma nova mensagem contra o
regime de Damasco para buscar a aceitação de um possível governo
transitório.
Nenhum comentário:
Postar um comentário